Frescura? tem certeza?



Eu sei que está no sangue de toda mulher o gene da frescura. Ele pode se manifestar de várias formas, nas mais simples ou nas mais loucas e exageradas situações. Em viagem, as frescuras podem ser um perigo. Tanto para você, tanto para as pessoas/coisas que estão com você.

Eu não me considero uma mulher fresca - talvez seja um pouco para comidas e sabores (estou trabalhando encima disso). E consequentemente não gosto de andar, sobretudo viajar, com gente assim. Seja homem ou mulher, família ou amigos. 

Nessa viagem de NY, no meu quarto estava minha tia que toda vida teve essa mania de levar o próprio lençól, fronha e afins para qualquer tipo de hotel. Com a convivência, a gente acaba pegando um pouco das manias e sotaques das pessoas com que convivemos, fato. O problema é que a mania não é originária, não é minha, e eu nunca lembro de levar a roupa de cama pra qualquer lugar que seja.

Na hora de dormir, eu querendo ser a fina do pedaço, entrei na onda do “nojinho” do travesseiro (totalmente desnecessário, o hotel era ótimo), vi minha tia com toda parafernalha se arrumando pra dormir, e eu notei que mal tinha levado minhas roupas (inclusive esqueci meu pijama)...fui lá, espertona, e “vesti” o travesseiro com uma das minhas blusas e dumi. Ok, tudo certo.

Levantamos no outro dia e saimos para o desbravamento da cidade. Foi o dia que mais andamos e chegamos capotando no quarto. Quando fui colocar a cabeça no travesseiro...Meeeeeooo cadê o travesseiro com a minha blusa???? A 'tonha' da arrumadeira levou ele com tudo, nem notou que minha blusa tava lá (ela era branca), ou pior, notou e deu o “banho”. Estava tarde demais para ligar na recepção e reclamar. Deixei para o outro dia.

Demorei muito para dormir pensando em todas as vezes que usei a blusa, era uma das minhas preferidas. Era mesmo. Amanheceu, e liguei no número das housekeepers. Expliquei, e ela disse pra eu ligar depois das 14h da tarde. Problema é que essa hora só Deus saberia onde ou iria estar e outra coisa, era o dia do Ano Novo. Beleza, cheguei no hotel ali pelas 19h e liguei em plena concentração do mundo todo para a virada. Expliquei mais cinco vezes para todos que me atenderam e última moça disse que ia mandar procurarem e que eu ligasse no outro dia às 9h.

Lágrimas escorriam do meu coração. Era uma blusa preferida. No outro dia liguei e nada, não acharam nada. Arrumadeira daughter-of-a-bi....! Como no filme da Jennifer Lopes no qual ela experimenta a mala inteira da hóspede, essa daqui simplesmente surrupiou minha blusinha para usar no reveillón. Rodei!

Eu liguei o botão do desapego, e let it go! O aperto no coração ficou até hoje, que vacilo. Que vacilo. Agora só tenho lembranças e fotos. Aliás vou parar de falar porque estou ficando mal. Além do meu nome na lista de 2h de espera da Serendipity, também ficou pra sempre em NY uma de minhas peças favoritas.

Dá próxima vez, colocarei uma blusa vermelha e amarrei a alça na cabeceira da cama. Eu paro para pensar: vale a pena bancar a fresca? Não, não vale! 

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