Caso: Bebida batizada em Paris

Dá Série Cuidado na Estrada!



Descrição de cenário: última noite em Paris depois de alguns dias muito frenéticos. Especificando um pouco mais, estávamos no cair da noite de domingo depois de conhecer os dois (sim, dois) parques temáticos da EuroDisney, quando o telefone toca...

De volta ao primeiro dia na cidade luz, ficamos "brother" do recepcionista do hotel que era de Portugal e falava um entendível português. Ele nos deu várias dicas, tirou muitas dúvidas e nos convidou para um "forró" brasileiro que iria rolar em algum dia daquela semana. Como assim? Um forró em Paris? No ato aceitamos o programa de índio. Seria hilário ver tudo isso. Ele ficou de conferir a data do tal evento e assim que soubesse nos daria notícias à respeito. 

Enquanto isso, a gente foi desbravar o máximo possível da cidade no modo "Ir ao banheiro é coisa de fracos". No domingo logo de manhã, o amigo nos abordou no saguão do hotel informando que a tal baladinha seria naquele dia anoite (detalhe que já saímos do hotel direto para o mercadinho do lado onde compramos muitos energéticos, a noite passada tinha terminado muito tarde no favela Chic). Sem pensar demais na agenda, fomos, como crianças, realizar nossa missão Disneylândia.

No fim do dia, depois de dois parques, filas, brinquedos e um trem de volta à Paris, pegamos o metrô rumo ao hotel e finalmente sentamos em nossa sonhada caminha. Mal tirei minha bota, e pelo o menos umas 3 calças que já estavam "queimando" minha pele, e o telefone toca com o Nuno (português amigão):

Nuno: E ai meninas, vamos para o forró? Consegui entrada pra todos!
Aline: Só um minutinho!

               Aline: Prima, é o guri lá do forró e tá perguntando se a gente vai. E ai? A gente vai?
                Clarissa: Uai, a gente vai. Mas não podemos fazer nada, senão o cansaço vai bater. É só trocar de roupa, fazer uma 
                 make e zarpar desse quarto!
                Aline: Fechou!

Aline: Beleza a gente vai! Que horas será?
Nuno: Vocês tem 5 minutos para descerem!
Aline: Quêêêê?
Nuno: 4:59,  4:58, 4:57...

Exatamente em 5 minutos estávamos prontas lá no hall do hotel. Ele nos encontrou e disse que tinha convidado duas brasileiras que também eram hóspedes. Perguntou se tinha algum problema, e obviamente dissemos que não. As meninas desceram, a Sammy e a "Ana" (nome falso para preservar a identidade), nos apresentamos rapidão e saimos para o forró. No trajeto dentro do carro, simplesmente ficamos melhores amigas e, entre outras coisas, descobrimos que todas nós morávamos em Brasília. 

Chegamos no local e não tinha nada a ver com forró. Era uma noite brasileira, com DJ brasileiro (bombeiro em Paris....hahaha), e que tocava um pouco de tudo (inclusive músicas muito velhas) e que garantiram nossa festa a noite toda. Foi sensacional! Nos divertimos horrores. Fomos até o bar e no cardápio tinha caipirinha (feita com pinga), conversamos com a moça e conseguimos a substituição por vodka. E como estava gostosa, meu Deus! 

Nos isolamos no nosso quarteto e curtimos a noite "como se não houvesse amanhã", afinal de contas, era nossa despedida (minha e de Clarissa) e a única experiência que teríamos com nossas amigas que conhecemos apenas no derradeiro dia. 

Tudo estava muito ótimo até uma de nós sair um pouco da panelinha e interagir com outrem na baladinha. Todo mundo sabe da velha regra de balada que diz que jamais compartilhe bebida com estranhos, e muito menos quando estiver no exterior. Acontece que nem todo mundo que sabe disso, aplica a regra na prática. 

Saímos sabe-se-lá-que-horas do esquema e de volta ao hotel o brotherzinho trouxe champanhe para brindarmos o fim daquela experiência mágica. Em pouco tempo, a "Ana" disse que não estava muito bem e queria subir para dormir. Logo depois me despedi da galerinha (meu sexto sentido me levou a tomar essa decisão...rsrsrs). Ficaram então apenas a Sammy e Clarissa. 

Certa hora da noite, eu ainda intercalando o dormindo-acordada, escutei minha prima se aprontando para dormir. O telefone berra do meu lado, ela atende. Era a Sammy pedindo ajuda no quarto delas. A Clarissa foi. Ela volta muito assustada para o quarto relatando o que houve. A "Ana" estava passando malzaça debaixo do chuveiro, disse que o que mais assustou foi a intensidade com que ela tremia (chegava a quase pular do chão), pensaram até em ligar para o hospital. Conversando com ela, descobriram que em certo ponto da noite ela deu goles em bebidas aleatórias (...). Estávamos todas muito crentes de que um religioso filho da mãe andou batizando bebidas pelo salão. Ela começou a passar mal muito subitamente, e com sintomas muito malucos para uma pessoa que estivesse apenas "bêbada". 

História tensa, mas esses erros de jardim de infância não podem acontecer. Acredito que nunca mais na vida ela comete um vacilo desses de novo. Amadorismo jamais!

Ps.: Apesar do fim da história, foi uma das melhores noites de todas e que me trouxe até hoje uma amiga muito querida: Dra. Sammyra, a gênia do pilates guaraense. 


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