Caso: Empacada no Bush Gardens

Da Série Cuidado na Estrada!



Essa história aconteceu numa das minhas viagens com minha família para a Flórida. Nessa especificamente, fomos para o casório de uma prima e éramos um grupo meio grande (aquele mesmo grupo que me deixou para trás numa loja do centro de Miami). Além de tias, primos, primas, mãe, irmã, sobrinhos e sobrinhas, minha tia convidou uma amiga para se juntar à gangue, a amável Socorro. 

Depois de periperciar pelas ruas do downtown Miami fomos direto para Orlando e depois, demos aquela passada básica (e obrigatória) na cidade de Tampa onde fica o magnífico parque Bush Gardens, mais conhecido como a Meca das montanhas-russas. Fora as montanhas, é um parque ótimo com tema da África com muitos animais, shows e atrações bacanas, inclusive nos faz virar quase selvagens de tanta euforia pelas atrações. 

Chegamos cedo no Bush e fomos todos entrando daquele jeito básico que se entra em parques (como se fosse a primeira vez...) atropelando tudo que estivesse afrente, as lixeiras que saíssem da reta. Como NÃO era a primeira vez de pelo o menos seis pessoas ali, sabíamos todas as "manhas" de como aproveitar tudo no modo hard, ainda mais chegando cedo daquele jeito - quando praticamente abrimos o parque. 

O desafio foi lançado quando você tem que sair correndo, literalmente, pelas ruas do parque com um grupo tão grande de pessoas. Porque andar que nem gente é para os fracos. O mapa do local estava mentalizado em nossas cabeças, como está até hoje. Nada podia nos parar. Aliás podia sim, aliás podia não. Vou explicar.

Chegamos na praça de entrada e rapidamente quem já conhecia o perímetro negociou a "tática do jogo", e os outros aceitaram automaticamente o roteiro radical. Enquanto a reunião acontecia, alguns mais tranquilos foram tirar fotos (e era um lugar digníssimo de fotos), inclusive a Socorro, detalhista que era. Levara uma cadernetinha onde anotava todos os nomes dos lugares que passava acompanhados de um breve relato que posteriormente seria mostrado ao marido que tinha ficado no Brasil. 

Socorro, como todos que estavam ali pela primeira vez, se maravilhou com todos os detalhes do local. Sacou sua câmera fotográfica e atirou para todos os lados possíveis e impossíveis. Nisso, a caminhada de desbravamento do Bush Gardens começou e a regra era: "Não durma no ponto, Acompanhe o pessoal, Entre na fila sem discutir e Não fique para trás". 

Pena que Socorro não prestou muito atenção nessa parte de "colar no grupo". Assim como eu, ela foi a deixada pra trás da vez. Quando o olho e o dedo doeram de tanta foto, ela olhou para o lado e nem nosso rastro encontrou. Sabia vagamente que iríamos pegar o teleférico para o outro lado do parque. Mas com seu estilo doce, sem habilidade no inglês e de bom coração resolveu ficar parada no ponto onde foi deixada à espera de um milagre, digo, de algum salvador. 

Resumo da ópera: Enquanto tivemos aquele dia frenético com milhões de voltas em montanhas-russas com direito à "almoços ejetados" do organismo, nossa amiga Socorro, que acabou sem socorro, ficou o dia inteiro sentada na praça de entrada do parque. Foi encontrada por nós já anoite na saída do mesmo, bem tristezinha (até chorou em alguns momentos) mas como um dossiê completo daquela praça que nem o próprio parque possui. O medo de sair sozinha por aquela selva a impediu de tentar nos encontrar. E foi assim o dia em que a doce Socorro curtiu sozinha a entrada da Meca dos parques radicais e se tornou a fotografa oficial da entrada do Bush Gardens.

Fiquem triste não gente, essas coisas acontecem (eu que o diga). 


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